“Não gosto que me rotulem como pai do Neymar. Eu tenho uma identidade própria”, a frase, que, segundo o site “Doentes Por Futebol”, foi dita por Neymar da Silva Santos, revela que ele talvez não compreenda o verdadeiro tamanho do próprio filho.
Neymar, amado por muitos e odiado por tantos outros, é uma personalidade mundial. É, segundo a revista Forbes, o terceiro maior salário do futebol, atrás apenas de Cristiano Ronaldo e Messi. Neymar, sozinho, tem mais seguidores nas redes sociais do que todos os 20 clubes da Série A, juntos.
O sr. Neymar da Silva merece todos os créditos por ter, desde o princípio, gerido esplendidamente bem a carreira do filho promissor. O começo do menino franzino e talentoso foi bem difícil. Essa história já foi contada dezenas de vezes pela mídia, mas ele era tão magro que o chamavam de “filé de borboleta”.
“Eu vivi muito tempo sem dinheiro, mas não o Neymar. Com 12 anos, ele já estava no Santos. Aos 14 anos já sabia que poderia ter a possibilidade de ganhar alguma grana”, revela o pai de Neymar.
Nos grandes centros, muitos outras garotos – alguns realmente bons de bola – acabam não tendo finais tão felizes. Eu lembro que Neymar, quando era apenas um dos “meninos da Vila”, junto com Gabigol (sim, começaram quase na mesma época), a estrela mais cintilante da base do Santos era outro. Era um certo Jean Chera, que, talvez por falta de um bom gestor , não conseguiu vingar. O pai dele provavelmente teria hoje um imenso orgulho de ser reconhecido no mundo apenas como o “pai do Chera”. Restaram-lhes o anonimato.
Eu sempre achei que o fato de Neymar usar o “Júnior” no complemento do nome é uma coisa meio sem sentido. É como se quisessem sinalizar algo parecido com uma “dinastia” da família Silva Santos.
Agora, além de orgulho pelo estrondoso sucesso do filho, o senhor Silva – com a sua autodenominada “identidade própria” – precisa ter humildade para compreender que só existe “Neymar pai” porque Neymar Jr é um fenômeno planetário. Se não fosse, ninguém saberia quem é o pai ou o filho. Mais vale compreender pouco do que compreender mal.
*Metrópoles
