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Amazônia tem quase 40% de extração de madeira ilegal, diz estudo

A extração de madeira difere do desmatamento. A extração diz respeito à retirada de árvores específicas para a venda de madeira. Já o desmate costuma ser a retirada total da floresta, geralmente para abrir espaço para o cultivo agrícola ou a pecuária. Parte importante da extração, porém, não é ilegal. Ocorre por meio do manejo sustentável em áreas determinadas da propriedade privada, com preservação de parte da floresta original.

“Fazemos ações de conscientização e orientamos os sindicatos para que todos os empreendimentos exijam toda a documentação necessária e autorizações ao adquirir matéria-prima, não recebam mercadoria sem nota”, afirma o diretor-executivo do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Valdinei Bento dos Santos. “Também estamos apoiando o órgão ambiental estadual na cadeia de rastreabilidade, que esta prestes a ser implantada, em que cada árvore poderá ser georeferenciada. Teremos a rastreabilidade do manejo até a indústria.”

Estados dizem se esforçar para coibir crimes

Procurado, o governo de Mato Grosso disse que a maior parte da exploração madeireira no Estado é legal, com 63% do total com autorização ambiental. Afirmou também que monitora “todo o seu território por imagens de satélite, gera alertas de desmatamento em tempo real, e age com rapidez para impedir o avanço do dano ambiental”. Quem desmata ilegalmente, continua, “é multado, tem a área embargada, e responde nas esferas administrativa, civil e criminal”.

Destaca ainda ter alcançado “38% do desmatamento dentro da legalidade no 1º trimestre de 2022, como resultado do investimento na eficiência do licenciamento ambiental, estímulo ao manejo florestal sustentável que mantém a floresta em pé, e da tolerância zero aos crimes ambientais.” O desmate legal, diz o governo, “era de cerca de 5% em 2019?.

Já a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará afirma que 70% do território paraense tem jurisdição federal e diz ter instituído a Força Estadual de Combate ao Desmatamento, que já realizou 27 fases da Operação Amazônia Viva, que integra agentes ambientais e de segurança.

Em pouco mais de 2 anos, mais de 7 mil hectares de terras com atividade ilegal foram embargadas e 11.439,9841 m³ de madeira em tora extraída de forma ilegal foram apreendidas e 2.090,88056 m³ de madeira serrada extraída de forma ilegal, apreendidas. O Pará diz que está em fase final para lançar o Plano Estadual de Bioeconomia, em busca de uma “economia de carbono neutro”.

Procurado pela reportagem, o Ministério do Meio Ambiente afirmou apenas que “a operação Guardiões do Bioma, que combate ilícitos ambientais, é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública”. Já o Ministério da Justiça e Segurança Pública não respondeu.

Em maio de 2021, o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi alvo de ação de busca e apreensão, em São Paulo e Brasília, da Polícia Federal. A suspeita era de afrouxamento de regras de controle para exportação de madeira. Na época, Salles classificou a ação como “exagerada” e “desnecessária”. Pouco tempo depois, ele saiu do governo.

*ESTADÃO CONTEÚDOS

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