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Cientistas detectam bolha de gás quente em torno de buraco negro no centro da Via Láctea

Cientistas do observatório ALMA (Atacama Large Millimeter Array), um dos maiores complexos astronômicos do mundo, descobriram sinais de um “ponto quente” em órbita de Sagitário A*, o buraco negro no centro da nossa Galáxia.

“Acreditamos que isso seja uma bolha de gás quente em torno de Sagitário A*, numa órbita semelhante em tamanho à do planeta Mercúrio, mas que completa uma volta em cerca de 70 minutos. Para que isso aconteça a velocidade a que se desloca tem que ser enorme, cerca de 30% da velocidade da luz!”, explicou em um comunicado Maciek Wielgus do Instituto Max Planck de Rádio Astronomia, na Alemanha.

Segundo os pesquisadores, a descoberta foi feita durante os trabalhos de apuração do consórcio internacional de cientistas, que divulgou a primeira foto do buraco negro supermassivo a cerca de 26 mil anos-luz da Terra.

Em maio deste ano, o Event Horizon Telescope (uma rede colaborativa de astrônomos, astrofísicos e cientistas que trabalham com nove radiotelescópios espalhados pelo globo), mostrou a primeira imagem de Sagitário A*, mas para a surpresa da equipe de cientistas, havia mais pistas escondidas nas medições obtidas apenas com o ALMA.

Ainda de acordo com os cientistas, os resultados do estudo corroboram investigações anteriores feitas por outros telescópios que detectaram uma explosão de energia de raios-X emitida a partir do centro da nossa galáxia.

“O que é mesmo novo e interessante é o fato destas explosões estarem, até agora, apenas claramente presentes em observações infravermelhas e de raios-X de Sagitário A*. Estamos, pela primeira vez, vendo fortes indicações de que pontos quentes que orbitam o buraco negro também estão presentes em observações de rádio,” disse Wielgus.

Os pesquisadores esperam, agora, poder observar com o EHT o clarão de energia que rodeia Sagitário A* e entender cada vez melhor a dinâmica de funcionamento do buraco negro.

“Talvez um dia estejamos confortáveis o suficiente para dizer que ‘sabemos’ o que se passa em Sagitário A*,” acrescentou o pesquisador.

Em 2019, com essa mesma espécie de radiotelescópio que simula o tamanho da Terra, os astrônomos do projeto divulgaram a primeira imagem de um buraco negro já registrada, o Pōwehi, localizado no centro da galáxia Messier 87.

O que é um buraco negro?

Um buraco negro é uma espécie de abismo cósmico que atrai para si tudo o que se aproxima dele – a uma determinada distância.

Nem mesmo a luz escapa de ser atraída por esses objetos. Por isso que os buracos negros são, de fato, negros.

E isso acontece porque a atração gravitacional desses corpos é extremamente forte.

Quais são os tipos de buracos negros?

Existem três tipos catalogados pelos astrônomos: buracos negros estelaresburacos negros intermediários e buracos negros supermassivos.

Os buracos negros estelares são os menores. Eles são formados quando uma estrela massiva morre, numa explosão chamada de supernova. Uma estrela massiva geralmente tem uma massa (a quantidade de matéria de um objeto) entre 10 e 100 vezes maior que o Sol.

*G1

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