Tambaqui, jaraqui, piranha lendo esses nomes de peixes você já pensa naquele almoço acompanhando de uma farinha uarini com um bom vinagrete, mas e se eu te contar que esses peixes famosos na nossa região se transformaram em acessórios de moda como as pochetes ? Pois é maninho e maninha, estou falando das ‘peixetes” que estão popularmente conhecida na nossa cidade.
Criadas pelo casal de designer Francisco Oliveira, e a artesã Luzimeire Damasceno a ideia surgiu após o casal notar a necessidade de um produto voltado a regionalismo, então veio a ideia de usar os peixes da nossa bacia amazônica.
Logo no início, a artesã fala que a ideia dos acessórios de peixes vinda do marido, pareceu estranha, afinal um produto de moda em forma de peixe poderia ser estranho, mas após a insistência ela resolveu dá uma chance.

“Trabalho desde 2010 no artesanato, eu confeccionava bolsas artesanais, o meu sócio (que é meu esposo) perguntou: Porque não fazer uma bolsa do formato do nosso dos nossos peixes?. Estranhei e perguntei: Mas será que o publico vai gostar?, Será que alguém ira comprar?, Mas ele insistiu, ele fotografou o peixe, desenhou, ajustou os moldes, e eu finalizei a costura”.
Os primeiros protótipos dos acessórios não deram muito certo e o projeto foi descontinuado, mas após a insistência da mãe, os primeiros acessórios de peixes não seria descartados e começariam a fazer sucesso.
“A minha mãe viu todo nosso esforço, pegou aquela peça que não deu certo, tentou costurar e levou para Autazes (local que ela mora) e passou um mês no município com o produto, quando ela voltou ,ela disse que onde ela ia as pessoas pensavam que era um peixe real, e pediam para tirar foto. Quando ela nos relatou ficamos felizes e refizemos a carteira e mais alguns produtos. Então teve um evento e todas as bolsas que nós havíamos feito foram vendidas, percebi que fazia sucesso, não apenas para o público de Manaus mas como o público de fora. ”
“Peixetes”
Após o sucesso das primeiras peças, os artesões resolveram criar outro tipo de acessório, maior e com alça, após estudos dos peixes veio então a ideia de uma pochete, e após as primeiras pochetes serem levadas ao público na praça da Eduardo Ribeiro foi um verdadeiro sucesso, e em uma dessas vendas, um turista deu o tão famoso nome : “Um belo dia nessas venda das pochetes na feira da Eduardo Ribeiro, veio um turista que disse : ”ah as peixetes”, e o nome pegou, e conseguimos idealizar e ficou, a marca peixetes” conta.

Além das peixetes a empresa fabrica outros produtos como carteiras, almofadas, bolsas e chaveiros, todos com formatos de peixes da região, segundo ela os amazoneneses se identificam muitos com os peixes: ”Depois da peixeite surgiu a necessidade de ter outras formas de modelos, a gente idealizou a mochila, os chaveiros que fazem bastante sucesso, todo mundo gosta de um chaveiro, um turista que vem de fora e não pode levar um peixete, leva um chaveiro. Os peixinhos que tem a nossa caracteristica amazônica, os amazonenses se identificam muitos com os peixinhos. ”.
Os valores dos produtos variam de 8 reais (chaveiros) 30 reais (a carteira) a 60 reais a “peixetes”, segundo a artesã os acessórios de peixes mais vendidos são o jaraqui, tucunaré e tambaqui, e que existe alguns segmentos de compras: ”Os praticantes de pesca esportiva compram os acessórios de tucunaré, os turistas optam pela piranha, e os amazonenses o jaraqui. ”

Arte Nativa
Francisco Oliveira, e Luzimeire Damasceno são os donos da empresa Arte nativa da Amazônia, a empresa faz parte da Semtepi pelo programa de artesanato brasileiro, a loja funciona no shopping do artesanato, e para ela ter um local fixo para vender seus trabalhos artesanais é de grande ajuda.

”Esse shopping do artesanato funciona desde do ultimo governador e o governador Wilson Lima deu continuidade nesse projeto que é muito importante para nós artesões, é muito importante ‘pra’ gente essa galeria essa onde tem lojas de artesanato e a economia solidária. Nós não tínhamos um local tão bonito como esse, no shopping do artesanato, tem ar condicionado, as nossas lojas com nossos produtos na vitrine, podemos atender nossos clientes com maior conforto.”
Lei Aldir Blanc e parceiros ajudaram artesões durante o periodo da pandemia
O período da pandemia foi extremamente complicado para toda a população e principalmente para vários artesões que precisam das vendas de seus produtos, Luzimeire fala que a lei Aldir Blanc, além de outros parceiros ajudaram nesse momento complicado. (A lei ALDIR BLANC é uma lei sobre ações emergenciais destinadas ao setor cultural a serem adotadas durante o estado de calamidade pública).
”Graças a deus a gente pode participar da lei da Aldir Blanc, nós ganhamos o projeto e a possibilidade da gente conseguir comprar matéria prima de produto, foi muito importante essa parceria para gente. Nós também estamos integrados pela UFAM que durante a pandemia (por não haver feiras presenciais) criaram um catálogo virtual e divulgou nas redes sociais, nesse período ‘nós trabalhamos muito confeccionando mascaras , foi o que nos salvou na renda, foi um tempo que a gente ficou em casa ou mais. Além disso contamos também com a ajuda da Semtepi nos disponibilizando ranchos, além da secretaria de cultura criativa que disponibilizou recursos para a compra de obra prima.”
E se você se interessar por algum produto e quiser conhecer mais a arte nativa esta nas redes sociais com o nome de @artenativadaamazonia.

A arte nativa está na feira do artesanato na Av. Djalma Batista, 9862 – Parque Dez de Novembro,(próximo do Amazonas shopping e o Shopping Plaza), loja 14 de segunda a sexta das 10 as 17 horas, e aos domingos na feira da Eduardo Ribeiro no centro de Manaus.