A Havan foi condenada a pagar R$ 30 mil para uma antiga funcionária por danos morais. A mulher era constrangida por um gerente, que a chamava de “demônio”, “bacon” e “toucinho” e arranhou suas costas. Ela também relatou que as pessoas eram coagidas a votar no então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PL).
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região, que proferiu a decisão, entendeu que Luciano Hang, dono da rede, “dirigiu-se diretamente a seus funcionários, com vistas à induzi-los a votar em seu candidato, eis que, do contrário, suas lojas seriam fechadas e todos perderiam seus empregos, conduta essa ilegal e inadmissível, à medida que afronta a liberdade de voto e assedia moralmente seus funcionários com ameaças de demissão”.
O Metrópoles teve acesso ao processo. Vídeos ou lives de Hang seriam exibidos, em 2018, incentivando votos no candidato com o qual tem afinidade. A coação também incluía pesquisas feitas no sistema interno da instituição, logo após a inserção de login e senha.
A funcionária, que tem seu nome preservado, afirma que era ofendida com frequência por um superior. Além dos xingamentos, era alvo de beliscões e, em outra ocasião, de arranhões nas costas.
Depois da agressão, ela registrou boletim de ocorrência e descobriu também ter sido alvo de B.O., junto ao marido, pelo gerente. A mulher foi demitida pouco depois do episódio.
Nos vídeos de Luciano Hang, ele dizia que se Bolsonaro não ganhasse, o Brasil viraria uma “Venezuela”.