Ex-jogadora de volêi, Isabel Salgado morreu da chamada Síndrome Aguda Respiratória do Adulto, conhecida pela sigla SARA. A condição é provocada por vírus ou bactérias e causa uma lesão nos pulmões, o que acaba dificultando a respiração.
Isabel foi internada na última terça-feira (15) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde foi intubada. Ela chegou a ser colocada em uma máquina que ajuda no funcionamento do pulmão (chamada de ECMO), mas não resistiu e faleceu nesta quarta (16). O corpo foi cremado nesta quinta (17), no Rio de Janeiro.
A infectologista Ana Helena Germoglio explica que a SARA é provocada por um conjunto de sintomas que leva à insuficiência pulmonar grave. “Ela não aparece sozinha. No quadro da Isabel, aparentemente foi a pneumonia que levou ela a ter SARA”, explica a médica do Hospital Alvorada, em Brasília (DF).
Segundo a assessoria de imprensa da família, Isabel do Vôlei estava com uma gripe, que se transformou em uma pneumonia. Parentes confirmaram que ela foi contaminada com uma bactéria e o vírus influenza ao mesmo tempo, o que pode ter agravado o quadro de saúde.
Ana Helena destaca que a síndrome evolui com rapidez: “Todo paciente com SARA deve ser considerado um paciente grave. Cada hora que o paciente perde de atendimento hospitalar, conta muito. Dentro da gravidade da síndrome, a Isabel deve ter evoluído para a forma aguda”, diz.
A infectologista coloca que a média de mortalidade por SARA entre todas as faixas etárias varia de 30% a 50% A síndrome é muito semelhante à SRAG, Síndrome Respiratória Aguda Grave, que ficou conhecida durante a pandemia da Covid-19. Nos dois casos, idosos, imunossuprimidos e pessoas com comorbidades tem um risco maior de desenvolver formas graves.
“Não tem como evitar ou prever a SARA, mas existem métodos para evitar determinadas doenças que podem levar à SARA. Existem vacinas para a Covid-19, para a influenza, para pneumonia… São prevenções indiretas”, afirma Ana Helena.
A médica Renata Castro também explica que “pneumonia (como foi o caso de Isabel), trauma, pancreatite e outras agressões como afogamento e queimaduras podem causar a SARA”.
“Nestes casos, ocorre lesão dos alvéolos (as unidades de troca gasosa nos pulmões), com grande formação de fluidos que acabam dificultando a troca de oxigênio nos pulmões. Esse tipo de lesão alveolar difusa gera queda importante da saturação de oxigênio no sangue. Essa falta de oxigênio, se não for revertida rapidamente, acarreta isquemia de diversos órgãos, incluindo cérebro, rins e coração, o que pode gerar óbito”, explica a especialista em clínica médica e diretora executiva da Ipanema Health Club.