O Tic Tac dos políticos.
Os amantes de boi Bumbá ao ler o título, vão lembrar de Tic Tic Tac. O estrondoso sucesso da banda Carrapicho e de seu saudoso vocalista Zezinho Corrêa. A turma do futebol vai lembrar do Técnico Guardiola e do tiki-taka. O estilo de jogo vitorioso implantado por ele no Barcelona. Os tiktokers, vão pensar: “nada a ver!”, tem quer ser TikTok, a rede social do momento. Os leitores habituais e safos do Sem Fiscela certamente já sacaram que o Tic Tac do título marca o tempo que falta para o governo federal cumprir a promessa de tomar os cargos federais, sustando de imediato as verbas dos senadores oposicionistas. O relógio tá correndo, e senadores como o paraense Eduardo Braga, membro titular CPI da Covid, já anda oferecendo sua vaga pra o primeiro senador que quiser. A coluna apurou que o Senador Kadeirudo andou dizendo que vai ceder sua vaga para que a CPI tenha mais uma mulher na comissão.
Ex-deputado em atividade.
A expressão “ex em atividade” surgiu no futebol, para definir um atleta que estava em final de carreira e depois o termo se estendeu a outras áreas, como na política. Na Assembleia Legislativa do Amazonas, é só perguntar de manobristas e ascensoristas. Eles são os primeiros a identificar os deputados nessa situação de “estou indo embora”. E o primeiro deputado da atual legislatura que vai pegar o beco ano que vem é Wilker Barreto (também conhecido nos corredores da ALE como “professor de Judas”). Após ser presidente da Câmara Municipal de Manaus por dois mandatos, viu cair em seu colo a presidência do Podemos no Amazonas, devido a entrada em vigor em 2019 da Cláusula de Barreira, que obrigou políticos de partidos com inexpressivo numero de votos a se abrigarem em partidos maiores. Barreto no entanto, achou que com a presidência poderia se sentir se auto-entitular cacique e resolveu dar um cheque mate no “papai” Amazonino, e na marra se fez candidato a vice-governador na chapa do Negão em 2018, o que pra muitos foi o motivo da derrota do 19.
Depois desse desaforo, que atrapalhou muito o velho comunista, Wilker agora pegou “um-sai-pra-lá-baixinho-safado” do Negão, que assumiu a presidência do partido e tá com o bota pronta pra dá um chute no traseiro dele.
Para completar a desgraça, o deputado esqueceu seu passado, e resolveu ser um defensor da moral e dos bons costumes de um dia para outro. Esqueceu de combinar com os eleitores que conhecem o traquino. Conclusão; sem partido, sem apoio político, sem base eleitoral, as possibilidades de ficar sem mandato a partir de janeiro de 2023 aumentam a cada dia. Os manobristas, que não são bestas, já especulam; “qual será o carro que vai substituir a caminhonete do barretinho?”
A calça é apertada mas a promessa é frouxa.
O governador de São Paulo, João Agripino Dória, no auge da consternação nacional provocada pela segunda onda da Covid19 no início do ano, resolveu mostrar o quão magnânimo e solidário era; prometeu 50.000 doses de vacinas coronavac para Manaus. Passados quase seis meses da promessa, nada de vacinas. Impressionante a desfaçatez com que certos políticos nos tratam, pensam que somos seres sem raciocínio e memória. E o cara de pau ainda fala em ser candidato a presidência.Que feio, Agripino, seja homem! Honre suas calças (apertadas) e cumpra sua palavra.
É melhor Jair se acalmando…
O amazonense Jair Messias Bolsonaro anda inquieto, agressivo, mais briguento ainda que o de costume. Como diz o meme do reporter esportivo Tino Marcos com o narrador Galvão Bueno: “Sentiu!”. O presidente já não esconde seu semblante fechado e o desconforto com cada “Genocida” antes sussurrado e agora gritado, que ouve nas cidades que visita. Também não tá nada fácil pro PR acompanhar as informações e testemunhos obtidos pela CPI da Covid e que demonstram as trapalhadas, omissões e até, pra incredulidade de seus defensores, uma robusta acusação de falcatrua e corrupção na compra da vacina indiana Covaxin, vendida na Índia por 1 dólar e 34 centavos e comprada pelo governo brasileiro a 15 dólares. Algo como 1.000% mais caro.
Diferente dos primeiros 18 meses de sua gestão, quando pautava a imprensa e a oposição , tirando sarro de todos com seu jeito debochado de tiozão de churrasco, agora parece que o Bolsonaro perdeu de vez a “graça”. Se é que fora engraçado. A pandemia e os meio milhão de mortos pela covid temperam tudo que ele faz ou deixa de fazer. Uma dica para o nosso conterrâneo, de caboclo para caboclo: em vez de irritação, gritaria e grosseria, cabe bem a humildade para reconhecer que errou (e muito!) na opção de negar a gravidade da pandemia. É hora de mudar completamente. É hora de levantar a bunda da cadeira do boteco e assumir a cadeira de presidente, para a qual o povo brasileiro, democraticamente, lhe conferiu poder, deveres e responsabilidades para conduzir nossa nação. Ou seja: vai trabalhar, Bolsonaro e para de piti. Pronto, falei!
Falo mermo!
“O presidente entrou de vez na investigação; o foco agora é ele”, disse o senador Randolfe Rodrigues à CNN.