Nesta quarta-feira (28), o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) deflagrou a operação Coleta de Luxo que teve o prefeito de Uricurituba, José Júlio de Castro Pontes, o representante e a secretária de finanças do município como alvos. A operação cumpriu três mandados de prisão e sete de busca e apreensão por envolvimento contra a administração pública, que envolve a coleta de lixo da cidade.
Após apuração de denúncias feitas ao Ministério Público, evidencias apontaram irregularidades em licitações e lavagem de dinheiro por pessoas físicas e jurídicas.
Em coletiva à imprensa, o promotor Armando Albuquerque informou que o esquema funcionava desde 2017 com algumas vertentes. Uma delas são as licitações para o serviço de coleta de lixo, pela empresa XF Ramos e outra por diversos contratos feitos entre o poder público e duas empresas, ambas pertencentes a filhos da secretária municipal de finanças.
No decorrer das investigações, foram constadas falhas no CNPJ, cadastro e atividade da empresa, e ausência de funcionários contratados e que quatro veículos estavam sendo utilizados para a coleta de lixo. Um dos carros pertencia a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e outro pertencia ao pai de um servidor público, mas nenhum da empresa contratada..
Ainda foram descobertos contratos milionários feitos com a professora concursada e diretora da escola municipal de Urucurituba, Jamira Neves de Lima, antiga proprietária do Posto J. Mesmo sendo funcionária pública, a professora venceu algumas licitações para o fornecimento de combustível. Em 2017, o contrato foi feito no valor de R$ 3, 1 milhões. No ano seguinte, R$1,2 milhões e em 2019 por R$1, 2 milhões.
Outro mandado está em aberto mas por protocolo, o nome não foi divulgado e o acusado possui o prazo de 12 horas para se apresentar. Caso não se entregue, o perfil será divulgado publicamente e será incluído no banco de mandado de prisão para que qualquer agente de lei possa efetuar a apreensão.
A operação do MP-AM teve apoio do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Apoio Operacional de Combate ao Crime Organizado (CAO-Crimo).