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PF ataca pirâmide que lesou mais de 1 milhão de clientes em 80 países

alta meteórica e especulativa promovida pelos investigados, as criptomoedas perderam todo o valor de mercado. A cotação caiu para menos de um centavo de dólar, resultando em perda quase completa da liquidez.

O grupo também se valia de muita ostentação nas redes sociais. Tinha milhões de seguidores em todo o mundo, demonstrando o sucesso pessoal e de investimentos, com demonstração de viagens internacionais para Dubai, Cancún e outros destinos turísticos famosos.

Para movimentar o dinheiro foram usadas contas bancárias dos investigados, de seus parentes e de terceiros ligados ao grupo, além de empresas de fachada. A entidade religiosa de um dos envolvidos movimentou mais de R$ 15 milhões e foi usada para captar investidores, buscando a ocultação e lavagem de dinheiro dos recursos.

Quando um dos responsáveis pela pirâmide financeira foi preso em Cuba, a empresa interrompeu o pagamento dos valores aos cubanos. A justificativa, divulgada nas redes sociais foi que o governo cubano teria impedido a empresa de ajudar o país. Depois, ante o volume de dinheiro subtraído pelo esquema criminoso, os investigados começaram a impor dificuldades para realização dos pagamentos aos investidores lesados. Como forma de garantir seus lucros, passaram a estabelecer prazos cada vez maiores para resgate da aplicação.

Segundo a investigação, no fim de 2021 os investigados anunciaram que um ataque hacker (falso) causara um imenso prejuízo financeiro. Essa foi a justificativa usada para reter o dinheiro dos investidores e suspender os pagamentos, sob o argumento da necessidade de uma auditoria financeira. Meses depois, comunicaram a conclusão da auditoria e anunciaram uma reestruturação da empresa, mantendo o esquema e migrando para uma nova rede, a fim de que os investidores efetuassem novos aportes e continuassem o negócio. Nesse momento, o suposto presidente da empresa ameaçou quem fizesse denúncias à Polícia ou à Justiça de ser processado e não receber qualquer valor investido de volta.

Crise

Diante de reclamações registradas nas redes sociais, os organizadores do esquema criaram novas versões. Para postergar os pagamentos, alegaram dificuldades no mercado de criptomoedas, prejuízos financeiros, problemas no site da empresa. Mas também divulgavam notícias falsas, afirmando que investidores estariam aplicando e recebendo valores regularmente. O objetivo era convencer outros a manter a aplicação no esquema.

Os investigados vão responder pela prática dos crimes de organização criminosa; crimes contra o sistema financeiro, por operar sem autorização; evasão de divisas; lavagem de dinheiro; usurpação de bem mineral da União Federal; execução de pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença; falsidade ideológica e estelionato por meio de fraude eletrônica. Se condenados, as penas podem chegar a 41 anos de prisão, sem prejuízo da perda dos bens e de multas ambientais e tributárias a serem apuradas.

*ESTADÃO CONTEÚDOS

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