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Povos dessana, tukano e baré, do Alto Rio Negro, participam da 2ª Mostra Indígena da Prefeitura de Manaus

A região multicultural do Alto Rio Negro é uma das mais ricas do planeta em diversidade étnica e tem destaque com os artistas dos povos dessana, tukano e baré, na 2ª Mostra de Arte Indígena de Manaus, realizada pela Prefeitura de Manaus, no Palácio Rio Branco, na praça Dom Pedro II, centro histórico, até o dia 31/10. O evento é organizado pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura).

o público em Manaus, na rua Bernardo Ramos, centro histórico, área considerada sagrada pelos povos indígenas.

Ivan conta que nasceu na comunidade São Domingos Sávio, no município de São Gabriel da Cachoeira.

Sobre suas obras, ele explicou que o universo para o povo tukano é um formato de maloca, e o mundo tem forma de útero. Foi essa cosmologia que ele representou no primeiro quadro. “Diante dessa referência que começa com o nosso modo de pensar e organizar os nossos conhecimentos, nós do povo tukano, do Alto Rio Negro, temos nosso modo de prevenção contra as doenças, e fazemos o preventivo durante a gravidez da mulher”, explicou.

Segundo ele, o segundo quadro foi uma experiência pessoal, vivida durante uma “miração” (visões durante cerimônia sob efeito da ayuasca). “No meu primeiro ritual com ayuasca foi quando a ‘miração’ me mostrou o quanto o meu corpo não está preparado para receber ou iniciar uma formação para ser especialista indígena como ‘kumu’ (pajé). A minha mente estava confusa, meu organismo estava todo comprometido, estava sem nenhum cuidado. Segundo nossos especialistas, o nosso corpo é constituído de sete vidas”, contou Ivan, disse que percebeu que estava desequilibrado ou desconectado com as vidas da natureza.

Adriana Baré

Nascida no município de Barcelos, no Alto Rio Negro, Adriana Martins Baré, 30, é filha de pai do povo Miranha e a mãe do povo Baré, que nasceram na comunidade do rio Nexi, no município de Santa Izabel do Rio Negro.

Ela aprendeu sua arte de costura e artesanato com sua mãe Roberta e a tia Conceição. É a primeira vez que participa de uma mostra de arte. “Já faz dois anos que estou trabalhando com o artesanato. Meus produtos têm a marca Putyra, e trabalho com minha mãe, e realizo serviço de manicure nas horas vagas para complementar a renda da família, que mora na comunidade Cristo Rei, no bairro de Tarumã-Açu”, ressaltou.

Sobre a oportunidade de participar da mostra indígena, ela disse que estava feliz. “Esse evento, que é tão grandioso, e também uma grande oportunidade de divulgação para meu artesanato e de todo povo indígena”, frisou.

O curador da mostra de arte, João Paulo Barreto Tukano, disse que os três povos indígenas abrem janelas por meio de exposição de artes à riqueza das 23 etnias do Alto Rio Negro. “Falam dos conhecimentos vitais dos povos e abrem diálogo para o caminho dos diferentes modos de conhecimento”, finalizou.

*Com informações da assessoria

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