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Quarta operação da PF ocorreu com denúncias rápidas e ações precipitadas, afirmam ministros

A quarta fase da Operação ‘Sangria’ foi deflagrada pela Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira (2), onde foram cumpridos 25 mandados judiciais de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal Federal (STJ) em Manaus e Porto Alegre (RS). Entre os alvos da operação estão o governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima (PSC), o secretário estadual de Saúde, Marcellus Câmpelo e mais quatro pessoas.

Os ministros Luis Felipe Salomão e João Otávio Noronha do Superior Trubunal de Justiça (STJ) comentaram sobre a rapidez com as denúncias foram conduzidas pelo relator, o ministro Francisco Falcão. Segundo os ministros, a operação ocorreu de forma precipitada e rápida, pois as denúncias já foram encaminhadas para julgamento, antes de os alvos apresentarem suas defesas.

“Não é uma mera apresentação de memorial, mas sim um atropelo. Ou seja, ficou marcado que houve um açodamento dessa pauta. Se terminou o prazo a meia-noite e no dia seguinte está pautado, e no dia seguinte está pronto, acho que temos que aguardar a conclusão do processo para não gerar essa expectativa”, disse o ministro Luis Felipe Salomão.

Operação

Durante a operação, que investiga desvio de recursos destinados ao combate à COVID-19 no Amazonas, foram cumpridos os mandados de prisão temporária contra o secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo e também mandados de busca e apreensão contra o governador Wilson Lima (PSC) e Foram detidos os empresários Nilton Costa Lins Júnior, Sérgio José Silva Chalub, Rafael Garcia da Silveira, Frank Andrey Gomes de Abreu e Carlos Henrique Alecrim John. De acordo com informações da PF, também ocorreu o sequestro de bens e valores, incluindo 13 carros de luxo, que somados, alcançam o valor aproximado de R$ 23 milhões.

O empresário dono do complexo hospitalar alugado pelo estado para servir como hospital de campanha na pandemia, Nilton Costa Lins Júnior, recebeu a PF a tiros em sua residência. Em nota divulgada por ele, o empresário afirma que pensou que se tratava de um assalto. Na casa, a Polícia Federal apreendeu duas armas, ambas legalizadas. O caso será investigado, podendo haver acusações de tentativa de homicídio e disparo de arma de fogo, previsto no artigo 15[1] do Estatuto do Desarmamento.

“Por conta de um assalto sofrido anteriormente em sua residência, o empresário Nilton Lins Júnior pensou se tratar de uma nova ocorrência semelhante e disparou dois tiros de alerta dentro de casa”, disse em nota.

O pedido de prisão contra o secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo, continua em aberto pois ele não foi encontrado até o momento da publicação desta matéria. Em nota, o secretário afirmou que estava viajando, mas está “à disposição” da justiça e vai “prestar todos os esclarecimentos”. Marcellus é o segundo secretário de Saúde do Amazonas a ter o pedido de prisão expedido. Sua antecessora, Simone Papaiz, foi presa em junho do ano passado em uma das fases da operação.

Nota do Governo do Amazonas

Em relação aos mandados de busca na casa do governador Wilson Lima, o Governo do Amazonas emitiu uma nota informando que “é de total interesse do Estado que os fatos relacionados às investigações em curso na área da saúde sejam esclarecidos” e que a gestão de Wilson Lima “desde o início da pandemia de covid-19, está voltada a preservar a saúde do povo do amazonas e a salvar vidas”.

CPI da COVID

Já na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid, o senador e presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que as recentes operações da PF no Amazonas não alteram o cronograma de convocações. Contudo, Wilson Lima teve o depoimento adiantado na CPI da Covid no Senado para o dia 10 de junho – originalmente iria depor no dia 29. O pedido de antecipação da oitava foi feito pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO), nesta quarta-feira (2), em razão da deflagração quarta fase da Operação Sangria da Polícia Federal para investigar supostas fraudes e superfaturamento em contrato para instalação do hospital de campanha no Amazonas.

O secretário da Saúde, Marcellus Campêlo, que também irá depor da CPI, está com depoimento marcado para o dia 15 de junho

*Da Redação O Primeiro Portal

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