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Se Cuida | Burnout – Será que você tem?

Definida na década de 70, pelo psicanalista americano Herbert J. Freudenberger, que identificou em si mesmo, sintomas semelhantes aos desenvolvidos por colegas que vivenciavam uma sobrecarga contínua de trabalho e passavam a desprezar e negligenciar seus pacientes, o Burnout é ocasionado  por  uma  combinação  de  três  fatores: exaustão emocional (depleção da energia emocional pela demanda excessiva de trabalho), distanciamento afetivo (senso de distância emocional dos pacientes ou do trabalho) e baixa realização pessoal (sensação de baixa autoestima e baixa eficácia no trabalho).

A exaustão emocional abrange sentimentos de desesperança, solidão, depressão, raiva, impaciência, irritabilidade, tensão, diminuição de empatia; sensação de baixa energia, fraqueza, preocupação; aumento da suscetibilidade para doenças, cefaléias, náuseas, tensão muscular, dor lombar ou cervical, distúrbios do sono.

O distanciamento afetivo provoca a sensação de alienação em relação aos outros, sendo a presença destes muitas vezes desagradável e não desejada.

Já a baixa realização profissional ou baixa satisfação com o trabalho pode ser descrita como uma sensação de que muito pouco tem sido alcançado e o que é realizado não tem valor.

 Assim, o Burnout é uma resposta prolongada ao estresse crônico no trabalho e quando atinge seu ápice, é como se a mente entrasse em colapso e o profissional ficasse incapacitado de trabalhar, isso não acontece do dia para noite, pode ser acumulado durante anos de sobrecarga de trabalho.

Profissionais da área de saúde, policiais e agentes de saúde são mais acometidos pela síndrome, já que seus ofícios exigem muito envolvimento com problemas e pensamentos diversos.

 A pessoa com Burnout pode apresentar fadiga constante e progressiva; dores musculares ou osteomusculares (na nuca e ombros; na região das colunas cervical e lombar); distúrbios do sono; cefaléias, enxaquecas; perturbações gastrointestinais (gastrites até úlceras); imunodeficiência com resfriados ou gripes constantes, com afecções na pele (pruridos, alergias, queda de cabelo, aumento de cabelos brancos); transtornos cardiovasculares (hipertensão arterial, infartos, entre outros); distúrbios do sistema respiratório (suspiros profundos, bronquite, asma); disfunções sexuais (diminuição do desejo sexual, dispareunia/anorgasmia em mulheres, ejaculação precoce ou impotência nos homens); alterações menstruais nas mulheres.

Em relação ao psiquismo, pode apresentar: falta de concentração; alterações de memória (evocativa e de fixação); lentificação do pensamento; sentimento de solidão; impaciência; sentimento de impotência; labilidade emocional; baixa auto-estima; desânimo.

Uma pessoa com Síndrome de Burnout, geralmente  apresenta as seguintes atitudes: Não consegue se desligar totalmente do trabalho, ficando sempre atenta ao celular e às demandas; Começa a enxergar sua vida social e pessoal como algo sem importância; Sente necessidade de provar seu próprio valor, não só para os outros, mas para si mesma; Apresenta irritabilidade, impaciência, nervosismo; Não dá atenção ao sono, a alimentação e ao lazer; Começa a sentir-se vazia e torna-se apática, a vida perde o prazer e algumas compulsões podem surgir.

É comum que pessoas que chegam a essa exaustão, literalmente sofram um apagão e sejam encaminhadas a um pronto-socorro, dado o nível extremo do esgotamento mental.

Como tratar o burnout?

A colaboração do paciente é fundamental, o tratamentoda Síndrome de Burnoutpode durar alguns meses e deixar a pessoa afastada do trabalho por algum período (se necessário). Ao voltar ao trabalho ou continuar trabalhando concomitantemente à psicoterapia, uma melhora significativa deve ser sentida, como mais confiança e rendimento, mais tranquilidade e sensação de bem-estar, bem como a ausência dos sintomas físicos de forma gradativa.

É muito importante lembrar que o tratamento da Síndrome de Burnout, como qualquer outro transtorno mental, é um processo que deve ser realizado com a união de esforços do psiquiatra ou do psicólogo e do paciente: tomar a medicação corretamente, ir à psicoterapia e colocar em prática os novos métodos fazem parte do tratamento. 

A psicoterapia visa auxiliar a pessoa a mudança de hábitos e a criação de novas estratégias que ajudam a pessoa a não ser acometida novamente pela síndrome.

Referências:

http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/2383/1907

Trigo, T.R. et al. / Rev. Psiq. Clín 34 (5); 223-233, 2007    

https://psiquiatriapaulista.com.br/tratamento-para-sindrome-de-burnout/

Danielle Loureiro

Psicóloga

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