Embora nossas lideranças continuem em estado extremo de ameaça, não iremos parar! Após a morte de Dom e Bruno, muitos fatos envolvendo ameaças a indígenas continuam de forma muito mais agressiva.
O indiciamento de Colômbia só confirmam as informações produzidas pelo próprio Bruno antes de sua morte: que Colômbia é apenas uma peça no tabuleiro criminoso. Uma espécie de gerente que age a mando de alguém.
Mas ainda há muitas perguntas sem respostas: quem financia o crime na região? Por que os políticos locais ficaram tão exaltados com a prisão dos criminosos, inclusive patrocinando a defesa inicial? E por que muitos criminosos tiveram apoio das administrações públicas locais, inclusive permanecendo em folha de pagamento mesmo estando presos, conforme noticiaram os jornais?
Esse ‘cuidado’ dos políticos locais definem muito a ser investigado. Bruno incomodou muita gente quando agiu no estrito cumprimento do seu dever.
Tal contexto, só reforça a existência de um grande comando nas atividades ilegais na região. Colômbia, pessoa muito influente na região e com acesso a tantos políticos, está só?
É preciso uma força tarefa de investigação, além do que já existe, para esclarecer o real interesse dos grupos criminosos na região.
A partir desse assassinato brutal, o combate implacável ao crime se faz necessário, juntamente disso é necessário que as populações da região tenham alternativa econômica e sejam desestimulados a atuar no crime.
No interesse da coletividade, a UNIVAJA está finalizando uma agenda que culminará em ações periódicas e atuação ostensiva na região. Todavia, o assassinato precisa ser melhor esclarecido para que seja didática a perseguição e prisão dos criminosos. São três mortes em menos de três anos. Há que demonstrar o peso do Estado democrático contra os criminosos.
Bruno, Dom e Max estavam na defesa dos povos indígenas e foram mortos por que defendiam os interesses coletivos e os interesses do Estado brasileiro.
A prisão de alguns suspeitos não resolve o problema que assola a região, pois como disse, há muito mais a investigar.
Nossa coletividade por outro lado, aumentou o investimento no monitoramento da terra, incluirá mais tecnologia na identificação de crimes ambientais, no monitoramento da terra indígena e firmará poderosas parcerias com o Estado e parcerias privadas que aumentará nossa a atuação pela defesa dos povos indígenas e não haverá descanso até que o Vale do Javari esteja livre de interferências do crime.
A morte de Dom e Bruno servirá para que haja mais investimento, mais cuidado e mais atuação contra o crime na região. Em memória disso, continuaremos com muito mais força e mais atuação.
“Digam ao Bruno que manteremos a resistência”
*Por Eliesio Marubo
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