Olá habitantes do multiverso da nerdice! Finalmente estreou esta semana o famigerado (hehehe) The Batman do diretor Matt Reeves, com o outrora vampiro luminescente, Robert Pattinson, no papel do Homem Morcego…mas, e aí? O filme é bom? Pattinson fez jus ao papel?
Bom, entre comigo nas trevas, coloque seu capuz e sua capa, se acomode no assento do bat-móvel, acenda o bat-sinal, pegue sua bat-pipoca e vamos falar de The Batman! Sigam-me os bons!
UMA NOVA ABORDAGEM PARA O HOMEM-MORCEGO

Quem me acompanha aqui, ou me conhece pessoalmente, sabe o quanto eu sou fã do trabalho do Zack Snyder frente ao DCEU e o quanto eu sou fã do Batman interpretado pelo Ben Affleck, em Batman V Superman e na Liga da Justiça de Zack Snyder. Por se tratar de uma representação mais próxima do que é o meu Batman preferido dos quadrinhos, O Cavaleiro das Trevas do Frank Miller, ver esta versão do Batman nas telas em BVS, foi algo que me impacta até hoje. Então é óbvio que eu queria ver este Batman ganhar seu filme solo e se perpetuar pelo universo expandido da DC, mas o destino não quis assim…o filme solo do Batman que seria dirigido e interpretado pelo Ben Affleck, acabou indo parar nas mãos habilidosas do diretor Matt Reeves (da nova trilogia Planeta dos Macacos e Cloverfield) e para interpretar o morcegão, Robert Pattinson acabou sendo escalado, o que gerou estranheza e desconfiança dos fãs.

Apesar de todos os trailers e clipes promissores que foram lançados, confesso que fui para o cinema com os dois pés atrás…mas sim, a curiosidade foi maior que o desdém e tive que ver o filme na pré-estreia, afinal, é um filme do Batman e o homem-morcego é o meu herói favorito.
E meus amigos…que filmaço! Não vou dar spoilers aqui na coluna, pois acredito que muitos ainda irão vê-lo no decorrer das próximas semanas…mas que filme f#%@!
DEFINITIVAMENTE NÃO É UM FILME DE SUPER HERÓI

Esqueça tudo o que você já viu sobre filmes de super-heróis…The Batman eleva o nível e traz para as telonas um filme de suspense e ação, digno de filmes como Zodíaco e Seven do diretor David Fincher. Nele vemos um Batman no seu segundo ano de atuação, ainda tentando se estabelecer como persona, o combatente do crime, repleto de fúria e revolta no coração, que agora vê surgir na corrupta e suja Gotham City, um assassino serial que parece cometer seus crimes para chamar a atenção do próprio Batman.
Este filme explora muito bem uma faceta que até hoje foi pouco explorada no cinema, o lado detetive do homem-morcego, que nos quadrinhos é algo bem trabalhado e estabelecido. Ninguém melhor que o Charada para testar estas habilidades do Batman, mas o surpreendente foi o olhar original que Matt Reeves deu ao personagem, que nos quadrinhos tem uma aparência espalhafatosa e caricata e em The Batman está perfeitamente caracterizado quase como um terrorista, uma figura sinistra e ameaçadora que poderia estar estampada em qualquer noticiário policial da vida real.

Aliás todo o elenco é maravilhoso, Zoe Kravitz está perfeita como Selina Kyle e parece tirada das revistas Batman/Mulher-Gato do escritor Tom King e do desenhista Clay Mann, Collin Farrel está irreconhecível como Pinguin e entrega uma versão moderna do personagem, como capanga da máfia, bem diferente do que vimos em Batman o Retorno de Tim Burton, onde o vilão foi interpretado por Danny deVitto. Ainda falando de elenco maravilhoso, temos que citar Jeffrey Wright, como o ainda Tenente James Gordon, que já cultiva um apreço pelas habilidades de combatente do crime do homem-morcego, sendo ele o responsável por acender o bat-sinal, mesmo que seus superiores não concordem. Talvez a peça mais fraca e menos explorada seja a do mordomo Alfred, interpretado Andy Serkis, acredito que seja pelas poucas vezes em que vemos Bruce Wayne na tela, no filme de Matt Reeves, o Batman realmente é o protagonista.

Como eu disse antes, em The Batman, o homem-morcego ainda está no começo de suas atividades, ainda duvida da sua capacidade de mudar algo em uma cidade tão tomada pela corrupção e pelo crime. E ao longo do filme, mesmo ele sendo um ótimo detetive, vemos um Batman errático, por vezes com medo e inseguro consigo mesmo. É perceptível o quanto Matt Reeves conhece o personagem e bebe de várias fontes dos quadrinhos para construir esta nova mitologia do cavaleiro das trevas no cinema. Robert Pattinson entrega um excelente Batman, exatamente no ponto que a história pede, um Batman ainda lidando com a dor e descontando sua fúria nos bandidos de Gotham.
Tudo neste filme foi bem pensado, a estética depressiva e suja da cidade, a roupa e os gadgets do Batman que parecem feitos à mão nas profundezas da Batcaverna e os veículos…isso sim é um show a parte!

No começo do filme vemos o Batman/Bruce Wayne se movimentar por Gotham com sua bat-moto…mas quando o Bat-móvel aparece pela primeira vez em cena é algo sensacional! Este bat-móvel é brutal, um muscle car que foi construído na martelada, uma besta enjaulada rugindo para ser libertada e a cena que vimos nos trailers é ainda melhor completa no filme.
SOMETHING IN THE WAY

Além da excelente fotografia, que torna tudo escuro e perturbador, a sonoplastia e a trilha sonora do filme é um elemento que dá vida à trama. Tudo é muito alto, extremamente alto, como se fosse feito de propósito para deixar o público desconfortável na cadeira do cinema e render alguns sustos…você consegue ouvir o impacto da sola da bota do Batman no chão, o barulho do couro e do metal da roupa dele, cada vez que ele aparece em cena causa impacto e toda hora sua música tema é martelada em nossos ouvidos (aliás, parabéns ao Michael Giacchino), como se isso fosse uma afirmação de sua presença impactante nas telas! Something In The Way do Nirvana é tocada repetidas vezes ao longo do filme e mesmo assim você fica querendo mais!
É isso aí, meus amigos…The Batman é sim o melhor filme solo do homem-morcego! Um filme com um clima noir, extremamente sombrio e diferente de tudo que já foi feito antes no gênero e principalmente nas franquias ‘Batman’. Para não dizer que não houve “falhas”, o filme erra sim em se manter forçadamente dentro dos parâmetros da ‘censura livre’, ou PG-13 como é definido nos EUA, se fosse Rated-R, ou ‘para maiores de 18 anos’, seria perfeito em todos os aspectos, pois, por mais que a DC/Warner queira bilheteria de bilhão e vender todo tipo de brinquedo e colecionável, é visível que ele foi pensado para o público adulto. Faltou sangue, ossos quebrando e dentes voando…violência gráfica.
Mas calma aí…para mim, a melhor versão do Batman em live action ainda é o Batfleck e eu ainda torço para que ele possa retornar dentro do multiverso da DC, afinal, The Batman do Robert Pattinson é descolado do universo compartilhado e está criando seu próprio universo. Agora sim, disto isto, vá ver The Batman nos cinemas e se prepare para uma experiência incrível. Obrigado a todos que acompanharam até aqui e até semana que vem, nesta mesma bat-coluna, neste mesmo bat-portal! Stay safe!
