Após denuncias anônimas, um homem de 32 anos e a esposa, de 23, foram presos nesta segunda-feira (6), por manterem acorrentada uma criança de 9 anos, na casa onde moravam, na Comunidade Novo Reino, bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste de Manaus.
Conforme a titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), delegada Joyce Coelho, o caso veio à tona após uma denúncia anônima que informou que o menino era espancado quase todos os dias.
“Os policiais encontraram de fato com uma criança toda lesionada, desnutrida. E ao conversar com o menino, ele acabou confirmando que era vítima de tortura praticada pelo próprio pai e pela madrasta”, informou Joyce.
Como acontecia
Em conversa com a delegada, a criança revelou as agressões e disse que era instruído a não contar a ninguém sobre o que acontecia.
“Todas as noite a criança era acorrentada. Ela tinha um cantinho na sala onde dormia e a corrente era fixa naquele canto. Ele demonstrou para a equipe como era feito. Ele apanhava por tudo. Se caia um alimento no chão e ele comia, apanhava, se comesse alguma coisa que pertencia a irmã de dois anos, apanhava”, explica Joyce.
Ao ser questionada, a madrasta confessou que torturava a criança e que não gostava dela. Já o pai do garoto, tentou argumentar dizendo que acorrentava o filho pois ele possuía algum tipo de tolerância à lactose.
“O pai disse que não sabia que isso era tortura. Ele admite a autoria das surras, das lesões causadas no filho e tentou inocentar a madrasta, mas ela confessou e disse a motivação pela qual praticava tal tortura, descrevendo que quando o marido não estava em casa na hora de acorrentar o menino, ela mesma ia lá e o acorrentava”, disse a delegada.
Além do menino de 9 anos, o homem tem uma filha de 2 anos com a esposa e uma enteada de 8 anos.
O casal foi preso e devem responder pelo crime de tortura. As filhas dos dois foram entregue ao cuidado de familiares e o menino será encaminhado a um abrigo.
Mãe da criança
O pai relatou que não sabe sobre paradeiro da mãe do garoto e que a mulher teria o abandonado após a separação.
