Uma pessoa morreu, e dezenas ficaram feridas, nesta quinta-feira, em um tumulto do lado de fora do Estádio Internacional de Basra, no Iraque, onde a final da Copa do Golfo será disputada, entre os anfitriões e Omã, a partir das 13h (de Brasília). A informação foi dada à agência de notícias AFP por fontes médicas e de segurança locais.

Após várias horas de confusão, a calma voltou à área ao redor do estádio no início da tarde, anunciou o Ministério do Interior. Horas antes, pela manhã, milhares de torcedores sem ingressos se aglomeraram desde a madrugada em frente aos portões do estádio na esperança de assistir à partida.
Registros nas redes sociais mostram o Estádio Internacional de Basra, que tem capacidade para 65 mil pessoas, completamente lotado a cinco horas do início da partida
Uma autoridade do Ministério do Interior confirmou o saldo, explicando que a multidão se devia a “um grande número de torcedores, particularmente pessoas sem ingressos, que se juntaram desde a manhã e tentaram entrar” no estádio.
Segundo um fotógrafo da AFP dentro do complexo esportivo, os portões estavam fechados no momento do tumulto. Ele disse que ouviu sirenes de várias ambulâncias chegando para ajudar os feridos. Em fotos publicadas nas redes sociais, é possível ver como uma maré humana tenta chegar ao estádio

Durante a tarde, a calma voltou, gradualmente, aos arredores do estádio, graças à dispersão dos torcedores, disse à AFP Saad Maan, porta-voz do Ministério do Interior. Os torcedores entraram no prédio, e os portões foram fechados, sem possibilidade de entrada de mais ninguém, segundo o órgão.
O primeiro-ministro Mohamed Chia al-Soudani visitou o local do evento, de acordo com um comunicado de seu gabinete. Ele presidiu uma reunião de emergência na presença de alguns ministros e do governador de Basra, organizada para discutir medidas especiais para a final da 25ª Copa do Golfo.

Em um comunicado, o Exército do país pediu que os iraquianos “respeitem as instruções” relativas à segurança no acesso aos estádios, para “encerrar o campeonato de forma civilizada e que honre o Iraque”.
Abalado por quatro décadas de conflito, o Iraque apostou fortemente na 25ª Copa do Golfo, em Basra, para recuperar sua imagem. O país ficou anos sem poder organizar jogos internacionais, devido às condições de segurança.
É a primeira vez desde 1979 que a Copa do Golfo, evento que acontece a cada dois anos, é realizada em solo iraquiano. Desde 2003, quando ocorreu a invasão norte-americana no país, o Iraque mandou apenas dois jogos pelas eliminatórias da Copa do Mundo em seu território, em 2011 e 2019.
Vários problemas logísticos prejudicaram o torneio desde a cerimônia de abertura, há duas semanas. Milhares de torcedores, alguns deles com ingressos, e jornalistas devidamente credenciados foram impedidos de entrar sem motivo preciso.
O torneio reuniu oito países: Iraque, Kuwait, Omã, Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Iêmen e Emirados Árabes Unidos. Os iraquianos tentam o quarto título – o último veio em 1988. Omã tem duas taças, a última em 2017.

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