O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta segunda-feira (3) que a campanha do 2º turno das eleições deverá focar naqueles que “parecem que não gostam da gente”, em referência ao partido ao qual é filiado.
A declaração foi dada durante reunião da coordenação da campanha Lula-Alckmin. Lula foi criticado por “pregar a convertidos” e, por isso, a campanha petista avalia que é preciso ampliar o leque de apoios para vencer no próximo dia 30 – quando os eleitores novamente vão às urnas para decidir o nome que assumirá o Palácio do Planalto.
“A partir de amanhã, é menos conversa entre nós e mais conversa com os eleitores. […] Precisamos conversar com aqueles que parecem que não gostam da gente”, disse.
O ex-presidente classificou o dia seguinte ao 1º turno como uma data de “reflexão”. Ele voltou a repetir que, embora não tenha alcançado a esperada vitória em primeiro turno, apenas retardou “um pouco” a vitória nas eleições.
“No segundo turno, acredito que as coisas serão mais organizadas. E a sociedade brasileira vai aprender com muita rapidez a diferença entre a nossa candidatura”, declarou.
O petista disse que pretende aproveitar a nova rodada da campanha para fazer o “debate que não foi possível fazer no primeiro turno”.
Ele defendeu ainda que o PT amplie as conversas com setores refratários ao partido e destacou que, nesta etapa, não há espaço para discussões ideológicas.
“Temos que conversar com todas as pessoas que não votaram conosco. Agora, a escolha não é ideológica. […] Agora nós vamos conversar com todas as forças políticas que têm voto. Para que a gente consiga somar em um bloco os democratas contra os que não são”, afirmou.
Apoio na reta final
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira (3) que até quarta deve ter retorno do PSDB, PDT e da candidata Simone Tebet sobre possíveis apoios à candidatura de Lula no 2º turno
Ainda sobre a campanha, o ex-presidente disse esperar percorrer estados do Brasil em que a disputa ao governo também foi para o 2º turno.
Ele também afirmou esperar que a candidatura aumente a vantagem de votos de Bolsonaro nos estados da região Nordeste e em Minas Gerais.
Em Minas Gerais, estado que as campanhas disputam por ter peso para decidir disputas nacionais, Lula registrou 48,29% dos votos. Bolsonaro, 43,60%.
A diferença nominal – ou seja, em votos totais – foi menor que 600 mil votos. Por lá, o candidato apoiado pelo petista ao governo estadual, Alexandre Kalil (PSD), não foi eleito, e Romeu Zema (Novo), governador reeleito, já declarou que não pretende caminhar junto a Lula.
No estados do Nordeste, a folga entre Lula e Bolsonaro é mais confortável para o petista, girando em torno de 56 a 74%.
Busca por novos apoios
Nos próximos dias, a campanha de Lula ao Planalto espera reiniciar os movimentos feitos recentemente de declarações de apoio ao petista.
O ex-presidente disputou o primeiro turno em uma coligação com dez partidos (PT, PSB, PCdoB, PSOL, Rede, PV, Pros, Avante, Agir e Solidariedade), repetindo o recorde de alianças da candidatura de Dilma Rousseff nas eleições 2010.
*G1