O depoimento do ex-assessor do Ministério da Saúde Marcelo Blanco à CPI da Covid teve de ser interrompido por volta de 12h desta quarta-feira (4) após um longo bate-boca entre senadores governistas e a mesa da comissão. A sessão foi retomada por volta de 12h40.
O problema ocorreu após o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), citar detalhes de conversas entre representantes da Davati com o depoente e afirmar que teve acesso a elas por meio de “documentos recebidos on-line pela comissão”.
Em sua fala, Renan afirmou que internautas teriam alguma relação com o documento, mas não foi claro em sua frase.
“Um internauta enviou, o senhor disse. É muito grave isso”, disse o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO).
O advogado de Marcelo Blanco chegou a questionar o relator de onde viria essa informação, e ele respondeu que foi alertado por um internauta sobre a existência desses documentos, que teriam sido entregues por Cristiano Carvalho, representante da Davati, à comissão.
A discussão não parou e o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sugeriu a suspensão da sessão. Omar Aziz acatou o pedido sem definir um prazo para o retorno do depoimento.
Cerca de quarenta minutos depois, a senadora Eliziane Gama (PPS-MA) foi a primeira a questionar Marcelo Blanco.
Depoimento
Blanco foi chamado pela CPI para explicar de que forma atuou para aproximar do Ministério da Economia os representantes da Davati, empresa norte-americana que prometia entregar até 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca ao Brasil.
Ele afirmou nesta quarta que jamais negociou vacinas e que seu único objetivo era fomentar um possível mercado de imunizantes para o setor privado.
O ex-assessor reforçou que já não era funcionário do ministério quando ocorreu o famoso jantar no restaurante de Brasília, no dia 25 de fevereiro de 2021, no qual Dominguetti foi apresentado a Roberto Dias.
Foi nesse encontro no restaurante que Dominguetti afirmou que Roberto Dias pediu US$ 1 por dose de vacina comercializada.
*Com informações do Portal R7.com