Olá habitantes do multiverso da nerdice! A Coluna Terra 92 desta semana vai prestar homenagem à Mulher-Maravilha, que neste dia 21 de outubro completou 80 anos da sua primeira aparição. Então pegue seus braceletes, sua tiara e seu laço da verdade e nos acompanhe em mais uma viagem através da origem e da importância deste personagem icônico.
A ORIGEM E SEU POLÊMICO CRIADOR

Era começo da década de quarenta, os quadrinhos viviam a sua chamada Era de Ouro. Superman e Batman já eram grandes sucessos de venda, o mundo vivia o auge da Segunda Guerra Mundial e cada vez mais jovens eram mandados para a guerra, enquanto o papel das mulheres vinha mudando gradativamente dentro da sociedade, com a conquista do direito ao voto e uma participação mais ativa em todas as áreas.
Inspirado pelo movimento feminista da época e por suas próprias referências pessoais, William Marston, psicólogo e criador do detector de mentiras, recém contratado como consultor da pequena editora All American Publications (que mais tarde seria comprada pela DC Comics), resolveu criar uma super heroína que fosse símbolo do empoderamento feminino e que mudasse o status quo dos quadrinhos, onde mulheres eram retratadas apenas como “donzelas em perigo”. Surgia aí a Mulher-Maravilha.

Diana Prince, a Mulher-Maravilha, é filha da Rainha Hipólita, regente das Amazonas, uma tribo de mulheres guerreiras, provenientes da mitologia grega, que habitam a ilha de Themyscira. Hoje se aceita que o pai de Diana é o próprio Zeus, tornando-a assim uma semi deusa. Marston queria mostrar a força das mulheres, então criou uma personagem tão forte quanto o Superman, mas ainda com os atributos da beleza feminina. Dos deuses, Diana herdou a beleza de Afrodite, a sabedoria de Atena, a força de Hércules e a velocidade de Hermes, como já descreviam suas primeiras histórias.
A vida de William Marston é um capítulo a parte, adepto do poliamor, Marston tinha duas esposas, Elizabeth e Olive, inclusive dizem que a ideia de criar Diana foi de Elizabeth e que os icônicos braceletes da Mulher-Maravilha foram inspirados em Olive, que também usava os adornos. Para saber mais sobre a história de Marston e suas esposas, vale a pena conferir o filme Professor Marston e as Mulheres-Maravilha de 2017.

Criada com seu povo em Themyscira, Diana vê sua vida mudar no dia em que o avião do piloto Steve Trevor, que estava perseguindo um caça nazista, cai em sua ilha. Incubida por sua mãe de levar Steve de volta para o mundo dos humanos, Diana se vê diante das atrocidades da guerra e resolve lutar para trazer paz e justiça à humanidade.

Uma personagem rica em mitologia e em significado, a Mulher-Maravilha virou um sucesso instantâneo e logo ganhou sua própria revista. Diana hoje é parte do que conhecemos como a Trindade da DC Comics, juntamente com Batman e Superman.

Suas melhores fases nos quadrinhos foram através das mãos do quadrinista George Pérez e mais recentemente nos Novos 52, com o escritor Brian Azzarello.
DAS HQS PARA AS TELINHAS E TELONAS

A Mulher-Maravilha se tornou um fenômeno mundial quando em 1975 ela foi transportada das histórias em quadrinhos para a TV. Mulher-Maravilha, a série, estrelada pela icônica Lynda Carter, que até hoje para muitas pessoas é a representação viva da personagem.
Apesar do sucesso estrondoso da série, ela só teve três temporadas e cerca de 60 episódios (que você pode ver no HBO Max), a Mulher-Maravilha só foi ressurgir, desta vez nos cinemas, 30 anos depois, com a personagem sendo introduzida no filme Batman V Superman, de 2016, interpretada pela atriz israelense Gal Gadot.

A aparição da personagem pela primeira vez na história do cinema junto com seus pares, Batman e Superman, causou um alvoroso no multiverso nerd. A partir daí ela ganhou dois filmes solo: Mulher-Maravilha em 2017 e mais recentemente, Mulher-Maravilha 1984, em 2020, ambos dirigidos por Patty Jenkins, além de aparecer em Liga da Justiça de Joss Whedon e posteriormente na versão final do filme, Liga da Justiça de Zack Snyder de 2021.

Depois de Lynda Carter, Gal Gadot é a representação definitiva da personagem em live action. A atriz consegue passar toda a ferocidade da Diana guerreira que vimos no seu primeiro filme e em BVS e Liga da Justiça de Zack Snyder (aliás, que cena f#*@ dela cortando a cabeça do Steppenwolf), como também a Diana repleta de amor e compaixão que vimos em Mulher-Maravilha 1984. Ambas são facetas válidas da personagem, que consegue assim representar por completo a força das mulheres.

Gal ainda vai assumir os braceletes e o laço da verdade mais uma vez no cinema, Mulher-Maravilha 3 foi anunciada pela diretora Patty Jenkins na semana passada no DC Fandome, juntamente com Lynda Carter, que aparentemente terá mais uma participação neste novo filme, assim como já apareceu na cena pós-crédito de WW84, fazendo o papel de Asteria.

E as comemorações pelos 80 anos deste ícone de força e empoderamento feminino não param por aí, este mês chega às bancas brasileiras, a revista especial dos 80 anos, que contam com várias histórias curtas de lendas das histórias em quadrinhos.
Para o ano que vem a DC anunciou um mega evento chamado de TRIAL OF THE AMAZONS, que promete expandir o universo das Amazonas na DC, juntando Diana Prince com a Mulher-Maravilha brasileira, Yara Flores (personagem que surgiu na iniciativa Future State que ainda está rolando nos Estados Unidos).

Vida longa à princesa Diana de Themyscira, que suas aventuras e sua representatividade se estendam pela eternidade. Que toda garotinha, jovem, ou mesmo senhora, possa se sentir empoderada pelo seu exemplo.
Obrigado para quem nos acompanhou até aqui e até semana que vem, com mais um Terra 92! Não esqueça de ouvir nosso podcast, Terra 92 Cast, que está disponível no Spotify, lá tem sempre um papo descontraído e informativo sobre tudo o que rola no multiverso da nerdice. Para o alto e avante! Stay safe!
